Em entrevista à revista Cult de julho de 2011, Gerardo de Araujo Filho (Médico, psiquiatra e diretor da AME-Psiquiatria) discorre, entre outras coisas, sobre a maneira como é feito o tratamento de pacientes psicóticos mais graves e diz o seguinte: "As drogas novas produzem muito menos efeitos colaterais. A top é a Clozapina - o problema dela é que em um 1% dos casos, zera os glóbulos brancos -, que é o penúltimo recurso. Se não melhora com ela, damos eletroconvulsoterapia. Juntamente com o medicamento, deve-se fazer terapia. É a melhor combinação. Porque você trata a questão biolágica e a questão individual." Pude entender que a Clozapina atua sobre algumas funções psicomotoras e podem ajudar a inibir alucinações e delírios. Talvez essa abordagem ajude no tratamento ao possibilitar o estabelecimento de comunicação com o paciente. Não sei os efeitos da eletroconvulsoterapia, mas acredito que deve agir no mesmo sentido. Gostaria de entender melhor, qual limite indica a "necessidade" desses tratamentos. Como se justifica a submissão de um paciente a eles se, segundo meu julgamento, ele não tem condições de se comunicar lucidamente, o que pressupõe que não pode decidir se me autoriza ou não a isso. Em um momento de crise, esse é o tipo de tratamento mais adequado (para o paciente) ou o mais prático e rápido? Como esse tipo de tratamento repercute no indivíduo no longo prazo?
Questão disparadora
Sumário:
O Felipe, colaborador do Rede de Debate, trouxe a seguinte questão pra debate: